Quick CV
October 7, 2007 by baierle
0 Comments
Categories
What to do with this bad subject? – O que fazer com este mau sujeito?
Anselm Jappe, A sociedade autofágica: Capitalismo, Desmesura e Autodestruição.
Paris, La Découverte, 2017.
Lisboa, Antígona, 2019.
EXCERPT:
[The] history of capitalism is not the history of a colonization of the subject by an oppressive and manipulative exteriority called “capital,” or even “capitalist,” but the history of the subject himself. The subject form is not that which is oppressed by the commodity form and must be liberated: indeed, the two forms have become almost identical. On the other hand, it is evident that the capitalist relationship does not encompass all aspects of life and consciousness. Otherwise no one could even criticize it, and men would be part of society as ants are part of anthill.
The social constraints were internalized at the same time as the commercial logic, or, to be more precise, there was a parallel and joint development of the subject form and the commodity form. […]
It is therefore necessary to criticize the conceptions which attach a central role to the forms of personal domination as well as the demands of “self-management” and a “real democracy” (or “direct”), in all its variants. It is also necessary to underline the limits of a large part of the traditional anarchist discourse, which is too preoccupied with the political and organizational aspects of alienation. The history of failed revolutions is not limited to the betrayal of the good revolutionary people by their leaders, corrupted by the exercise of power – even if this aspect has obviously been added to it. People and leaders often share the same fetishistic ways. In a fetish society, the purest form of self-management is useless. There is no need to break your head on the thousand and one details of a direct democracy guaranteed “anti-manipulation”, about the “mandate” modalities that will exist in a direct democracy or about the right balance of the political unities, if what is decided in the most democratic way of the world is always the execution of unconsciously systemic imperatives. [Translated from French]
…
EXTRATO:
[A] história do capitalismo não é a história de uma colonização do sujeito por uma exterioridade opressiva e manipuladora chamada “capital”, ou mesmo “capitalista”, mas sim a história do próprio sujeito. A forma sujeito não é aquilo que se encontra oprimido pela forma mercadoria e que é necessário libertar: com efeito, as duas formas tornaram-se quase idênticas. Por outro lado, é evidente que a relação capitalista não engloba todos os aspectos da vida e da consciência. Do contrário ninguém poderia sequer criticá-la, e os homens fariam parte da sociedade como as formigas fazem parte do formigueiro.
Os constrangimentos sociais foram interiorizados ao mesmo tempo que a lógica mercantil, ou, para ser mais preciso, deu-se um desenvolvimento paralelo e conjunto da forma sujeito e da forma mercadoria. […]
É, portanto, necessário criticar as concepções que atribuem um papel central às formas de dominação pessoal bem como às reivindicações de “autogestão” e de uma “democracia real” (ou “direta”), em todas as suas variantes. É preciso igualmente sublinhar os limites de uma grande parte do discurso anarquista tradicional, demasiado preocupado com o aspecto político e organizacional da alienação. A história das revoluções fracassadas não se resume à traição do bom povo revolucionário por seus dirigentes, corrompidos pelo exercício do poder – mesmo se este aspecto lhe tenha obviamente sido adicionado. Povo e líderes frequentemente compartilham as mesmas formas fetichistas. No seio de uma sociedade fetichista, a forma mais pura de nada serve. Inútil quebrar a cabeça sobre os mil e um detalhes de uma democracia direta “antimanipulação” garantida, sobre as modalidades dos “mandatos” que existirão mesmo em uma democracia direta ou sobre o justo equilíbrio das unidades políticas, se tudo que se decide da forma mais democrática do mundo é sempre a execução dos imperativos sistêmicos inconscientemente pressupostos.
[Versão em Português]
-
Despliegue económico y repliegue cosmopolítico: September 4, 2019
-
A função dos indivíduos no capitalismo de crise July 9, 2018
-
Sobre o livro: A democracia devora seus filhos, de Robert Kurz August 31, 2020
-
A sociedade autofágica: um destino inexorável? June 22, 2020
Tags
Adorno Agamben Anselm Jappe Atanásio Mykonios Botelho Christian Ferrer Clément Homs Daniel Cunha De Carolis Edson Teles Eduardo Viveiros de Castro Eleutério Prado EXIT! Guy Debord Jeffrey Rubin Jehu Joelton Nascimento Manuel Delgado Marcos Barreira Marildo Menegat Mauro Iasi Michael Roberts Norbert Trenkle Rall Canti Revista Crisis (AR) Robert Kurz Rubem Klaus Sérgio Baierle Tomasz Konicz Walter Benjamin- Sobre o livro: A democracia devora seus filhos, de Robert Kurz baierle.me/2020/08/31/sob… * 1 year ago
- As políticas da desigualdade racial no Brasil: uma república erguida com cotas para os brancos flip.it/xPXcYW * 1 year ago
- A sociedade autofágica: um destino inexorável? baierle.me/2020/06/22/a-s… * 2 years ago
Critique de la dissociation-valeur. Repenser une théorie critique du capitalisme
- La direction culturelle du XXIe siècle. Orientation symbolique et nouvelle critique sociale, par Robert Kurz Palim-Psao
- « Pas de révolution nulle part » ? A la mémoire de Robert Kurz, à l'occasion du dixième anniversaire de sa mort (dimanche 17 juillet, Berlin) Palim-Psao
- Critique du sujet et critique de l’économie politique : Remarques de méthode, par Sandrine Aumercier Palim-Psao
Ensaios e textos libertários
- O crescimento e a crise da economia brasileira no século XXI como crise da sociedade do trabalho: bolha das commodities, capital fictício e crítica do valor-dissociação – Fábio Pitta
- A Guerra como modelo da dissociação catastrófica do capitalismo – Marildo Mengat
- A guerra de decomposição do capitalismo russo – Pablo Jiménez C.
Antipode
- An error has occurred; the feed is probably down. Try again later.
Comments are closed.